Lesões, dúvidas e uma certeza: ser atleta
Independente da modalidade, o sonho do João Victor Padilha da Silva sempre foi ser atleta. E esse sonho começou a ser realizado em 2018, quando largou a lateral-direita dos treinos da escolinha de futebol para continuar correndo muito, mas agora nas pistas de atletismo de 100 e 200 metros rasos. Hoje o velocista neoveneziano é um dos destaques da equipe de atletismo do Departamento Municipal de Esportes de Nova Veneza (DME).
O objetivo de Padilha, neste ano, é bater o seu recorde pessoal nos 100 metros. Atualmente a sua marca é de 11,33s, a meta é atingir o tempo de 10 segundos na prova. “Eu venho treinando forte para isso, tenho esse objetivo em mente desde o começo do ano e eu quero alcançá-lo. Seria muito importante pra mim”, conta.
Quando treinava futebol nas escolinhas do DME, foi convidado para assistir um treino de atletismo de um amigo, a partir deste momento surgiu uma paixão pelo atletismo. “Eu não costumava acompanhar atletismo, aí depois desse dia me interessei e a gente largou a escolinha de futebol e começamos a treinar no atletismo. No começo o Bortolotto foi me testando em algumas modalidades para ver se eu me saia bem em alguma, mas não me destacava nas que ele me colocava. Então pedi para ele me dar um tiro de 100m, fiz 13,80s e ele falou que a minha velocidade era boa, a partir de então comecei focar e treinar forte”, pontua o atleta.
A maior dificuldade que Padilha teve foram as lesões sofridas na posterior da coxa esquerda e direita. “Meus tempos baixaram, desanimei, achei que não voltaria mais a correr como antes, foi a maior dificuldade que eu tive nesse tempo. Mas hoje, após muito treinamento, força de vontade, estou me recuperando bem e consegui voltar ao meu normal”, comenta.
Quando ele fala sobre sua principal conquista, a lesão volta à tona, pois para ele, sua grande conquista não teve medalha. “Depois da primeira lesão eu pensava que não ia mais conseguir chegar no tempo que eu fazia, mas comecei treinar bastante, com o Bortolotto me ajudando a melhorar a lesão. Minha marca era 11,80s e ele me levou para o Estadual Sub-20 em Timbó, consegui melhorar minha marca para 11,53s e fiquei em quarto. Ali naquele momento foi uma conquista para mim, eu me superei, venci uma lesão e venci meu medo”, enfatiza Padilha.
Para Padilha, o grande objetivo de ser atleta nem é uma conquista desejada em si, mas sim poder dar orgulho para toda sua família. “Eu sou muito família e meu maior sonho é conseguir dar orgulho para eles como atleta, sempre foi o que eu sempre quis, poder deixá-los orgulhosos mostrando o que eu posso. No começo meus pais ficaram meio com dúvidas e preocupados, mas o Bortolotto foi mostrando para eles que eu era bom e levava jeito e eles me apoiaram incondicionalmente desde então. O atletismo transformou e vai transformar muito mais a minha vida ainda”, explica o atleta.
Para chegar aos objetivos, além de foco nos treinamentos e cuidados com a alimentação, é importante ter um bom acompanhamento técnico. E Nova Veneza conta com o Roberto Bortolotto, que está sempre perto dos atletas. “Só tenho a agradecer ao professor, por tudo que ele faz pela gente, por me proporcionar disputar o JASC deste ano. Ele significa muito para a gente, briga bastante, dá sermão, mas não é pelo mal, ele faz sempre para o nosso bem. Temos que ouvi-lo, é um cara que tem muita história, a gente é privilegiado de poder aprender com ele”, pontua.
A 60ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) está programada para ocorrer entre os dias 24 a 30 de novembro, na cidade de São José. As provas do atletismo serão disputadas na cidade de Timbó, no norte do estado. E Nova Veneza contará com seis atletas da equipe de atletismo na competição. “É a primeira vez que eu vou disputar o JASC e estamos nos preparando muito aqui, vou poder disputar a competição na mesma equipe que a maior inspiração que eu tenho no atletismo, que é a Ana Cláudia. Isso me deixa muito feliz, porque até outro dia eu não era nada disso e hoje vou poder desfrutar de um Jasc junto com ela”, comenta.